quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Pretensão

O ano passado tínhamos milhares de professores no desemprego e o número de licenciados sem ocupação aumentava a cada curso que saía das Universidades e Politécnicos, no entanto, as empresas limitavam o acesso a lugares de trabalho ou de estágio à grande maioria desses jovens. Por sua iniciativa, o Estado conseguia abrir umas portas aqui e ali, dependendo da cor do cartão partidário e do parentesco ou relacionamento pessoal dos interessados, no entanto, condicionados pela sua produtividade e pela necessidade da organização a maioria deles continuam a ter excesso de habilitações para o correcto desempenho da função que lhes foi destinada.
Acrescentando a importância da evolução na carreira para a consequente motivação destes colaboradores teremos, a prazo, a insustentável leveza do Estado Social às costas de toda uma geração a que alguém já chamou de "rasca". Depois, se algum dia um historiador, no futuro, vier a descobrir que temos à frente de muitas instituições pessoas que ditam de sua justiça à imagem salazarenta de quem repudiaram toda a vida, poderemos talvez descobrir de que forma lá chegaram, as condições que lhes deram para ascender a tão ilustre e douto patamar e perguntar ainda, se nos aprouver, como é possível que nunca tenham sido responsabilizados pelo que estão a fazer a este País.
Vem isto a propósito de uma pequena notícia da revista Sábado que hoje li com o título:
Fraude: Teses académicas à venda na Net
Um artigo deste blog aflorou o assunto através da exposição de uma entrevista sobre um tema próximo que, se o associarmos ao facilitismo e à inoperância da justiça, pode servir de base a um profundo estudo sobre a evolução, a revolução ou a crise de identidade Nacionais.

1 comentário:

José Pires F. disse...

Tenho de me rir. Levámos anos a perguntar-nos onde e como, principalmente como, teriam alguns colegas e conhecidos desencantado as licenciaturas.
Naquela altura dizíamos, muito embora não mostrassem vestígios, que eram marrões desprovidos de qualquer inteligência, quando, afinal, não passavam de uns espertos.

Forte abraço.