terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Outros ares

Acreditem que nos últimos 10 anos, para além de alguns mosquitos no Verão, nunca tinha sentido a proximidade do pantanal em que Alcochete se encontra.
Ainda hoje a única coisa a que cheira na rua, nesta húmida e fria manhã de Inverno, é o agradável e inconfundível odor a sal, da maresia próxima que nos alimenta.
As salinas já não são o que eram e os flamingos adaptaram-se à invasão do ruído dos carros na ponte, mas o que não conseguimos limpar é a onda de detritos deixada pela corrupção e pelos habituais negócios escuros que enchem, num ápice, os bolsos de empreendedores afoitos, que acumulam referências a cada transação que fazem.
Responsabilidade fora de prazo, justiça branda adaptada aos costumes e a eventual prescrição das revelações colocam tudo no mesmo saco. Baralhem e voltem a ordenar, o resultado vai ser sempre o mesmo.
O que realmente me apetece fazer é ir dar uma volta pelo mundo e verificar que afinal, nada se passa para além dos ganhos e perdas mediáticos do quarto poder.


Aproveitei para ler no Canadá e na Nova Zelândia algo mais sobre Portugal, e surpreendi-me com a importância que este canto de referência tem nos valores espalhados pelo mundo.

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